Editorial GA v9 n1 2006

 

Editorial
Katia Siqueira de Freitas, Ph.D.
Editor.

 

Iniciando mais um ano, queremos continuar com as reflexões sobre alguns dos avanços e desafios sócio educacionais. Ousamos destacar alguns deles: a responsabilização, a transparência, a implementação de um sistema de avaliação capaz de dar conta de toda a complexidade educacional brasileira, a descentralização e os conselhos gestores, a relação educação trabalho e cidadania. Quais as implicações de cada um desses elementos no cenário nacional, nas políticas publicas e na vida do cidadão e da cidadã brasileiros? Como e em que medida as políticas públicas consideram esses elementos? Seria impossível responderemos satisfatoriamente a todas essas indagações que afligem os pensadores e aqueles que definem as políticas públicas. Faltaria o espaço e a competência necessários para o aprofunda-mento adequado. Contudo, temos o privilégio de publicar neste número artigos de pesquisadores e cientista sociais preocupados com essas e outras questões semelhantes.
 

No âmbito da avaliação educacional em larga escala e do estabelecimento de avaliações estaduais e da "accountability", Nigel Brooke nos brinda com um artigo que apresenta uma análise ampla sobre os caminhos da avaliação do sistema de ensino básico nacional, incluindo sua trajetória desde a primeira experiência com o SAEB na última década do século XX até os desdobramentos ocorridos ao longo dos últimos 16 anos. Em seguida, Antonio Bolívar discute a avaliação institucional que, desde os anos, 80, passou a ser de grande interesse das políticas publicas na maioria dos paises, inclusive dos paises latinos, inclusive no Brasil. Uma equipe de pesquisadores escreve sobre o perfil das estudantes do curso normal superior, destacando três vetores importantes: condição social, sexo e cor da pele ou etnia. O texto de Ângela Borges critica a centralização no mercado de trabalho que os cursos, mesmo os universitários, estabelecem para definir suas propostas curriculares e desmistifica a relação direta entre o desemprego e baixa escolarização, apresentando outras variáveis importantes que interferem no processo. Sua cuidadosa e ampla análise trás nova perspectiva para o entendimento multifacetado dessa questão que aflige grande parte da população nacional, não sendo contudo, um fenômeno apenas da sociedade brasileira. Dornelles, Vitalle e Pinto fazem reflexões sobre a educação, a cidadania e o controle social das políticas públicas. A participação cidadão mediante os conselhos gestores , o acompanhamento e a participação social no controle do uso do recurso publico destinado à educação fundamental são também discutidos por Morais e França. A participação é percebida como "uma conquista, um produto sócio-histórico-cultural" decorrente das lutas de classe estabelecidas no contexto nacional e a abertura política iniciada nos anos 80.
 

Agradecemos a todos os nossos colaboradores e leitores, desejando um feliz ano e muitas realizações pessoas e profissionais

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