Prezados leitores,
Estamos encerrando mais um ano de
publicação, pensando no percurso passado e no percurso futuro. Como será o
próximo ano? que mudanças estaremos enfrentando em 2005? Em que direção a
produção científica acontecerá? Como serão os artigos? Que temas escritores e
leitores privilegiarão? Que caminhos o Conselho Editorial e o Comitê Científico
da GA definirão? Estas reflexões permeiam os diálogos entre nossos colegas
colaboradores, pesquisadores e professores, formadores de formadores em
educação.
Esses pensamentos decorem do diálogo
travado ao longo de 2004 e trazem a baila razão e sentimentos vivenciados. A
separação entre razão, religião, sentir, pensar e fazer floresce com a emancipação
da ciência como manifestação da razão pura. Mas, a essência da natureza humana
envolve também o emocional e a satisfação das pessoas com suas atividades.
Desse modo, numa dada situação, o ser humano age e reage com o intelecto e com
sentimentos de prazer ou desprazer. A objetividade científica continua sob
discussão e com freqüência a literatura retoma a discussão sobre a
subjetividade nas ações aparentemente mais objetivas. Essas relações estão
contempladas em alguns dos textos deste número.
Ligando emoção, sentimento,
espiritualidade e ação, o artigo do professor Robert Girling fala sobre
liderança, fontes de inspiração espiritual, valores e a intrigante pergunta de Davidson:
como poderemos estar completamente engajados no trabalho e ainda sermos livres?
Este desafio persegue algumas gerações de filósofos e trabalhadores dedicados
ao tema. A satisfação no trabalho é estudada por Jerônimo Silva que busca
entender fatores que influenciam a percepção que trabalhadores da educação têm
sobre o tema e relaciona as prioridades de especialistas e gestores escolares.
Em linha de trabalho semelhante, Geida Sousa relaciona o ser pesquisador com a
dimensão afetiva, refletindo sobre as diversas concepções que permeiam o
aprender e o aprendente e defendendo que a atividade de pesquisa perpasse todo
curso de formação de professores já na graduação. Maria Teresa Souza discute a
função social da escola do ponto de vista do objeto científico e do objeto
social. Sônia Gondim, Alexandra Bunchaft e Fernanda Brain analisam qualitativamente
os requerimentos do mercado tendo em vista o desenvolvimento de qualificação e
competências, a relação com os cursos profissionalizantes e seus anúncios. Elas
afirmam que a proliferação desses cursos “nutre-se da incerteza que o trabalhador
vivencia atualmente”.
Liliana Jabif pesquisou como escolas
públicas baianas em contextos de pobreza desenvolvem a aprendizagem de seus
alunos. O último artigo decorreu de uma pesquisa sobre o Estado da Arte em
Gestão e Participação na Educação Básica, compreendendo o período de 1990 a
2002. Os autores focalizaram a ocorrência de referências aos mecanismos de
distribuição de poder.
Encerrando este número, apresentamos uma
polêmica correspondência que ocorreu entre o coordenador da pesquisa sobre FUNDEF,
publicada na Gestão em Ação, v.6, n.2 de 2003, e Secretaria Municipal de
Educação de Salvador (SMEC) com relação a acuidade e o entendimento das
informações por parte de um dos pesquisadores que teve seu texto veiculado nos
volumes e número referidos. A publicação dessas correspondências atende a
solicitação da Subsecretária de Educação da SMEC. Estamos, pois, oferecendo o
direito democrático de resposta aos informantes da pesquisa e aos pesquisadores necessário instalar o ACROBAT,
programa gratuito da Abobe, disponível em
http://www.adobe.com.